Pelo sector e pelos postos de trabalho

Eleva-se a luta no <i>handling</i>

Os tra­ba­lha­dores da Portway e da SPdH de­mons­traram co­ragem, uni­dade e de­ter­mi­nação, a ANAC voltou a mos­trar pas­si­vi­dade e cum­pli­ci­dade e o Go­verno não pode «fingir-se de morto».

No dia 19 «tem a pa­lavra o Go­verno»

Com estes pres­su­postos, o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Avi­ação e Ae­ro­portos (Si­tava) con­firmou no dia 5, em co­mu­ni­cado, o que já fora anun­ciado na vés­pera, du­rante a «marcha do han­dling», no Ae­ro­porto de Lisboa: a 19 de Maio vai re­a­lizar-se nova greve nas duas em­presas de as­sis­tência em es­cala, entre as cinco e as 17 horas, para per­mitir a par­ti­ci­pação dos tra­ba­lha­dores numa con­cen­tração, às 12 horas, junto do Mi­nis­tério do Pla­ne­a­mento, ins­ta­lado na an­tiga sede do Me­tro­po­li­tano de Lisboa, na Ave­nida Bar­bosa du Bo­cage. Até lá, pros­se­guem as greves par­ciais na Portway (Porto e Lisboa).
O Si­tava saudou «or­gu­lho­sa­mente a grande de­mons­tração de co­ragem, uni­dade e de­ter­mi­nação, dada pelos tra­ba­lha­dores do han­dling» no dia 4. No co­mu­ni­cado, o sin­di­cato da Fec­trans/​CGTP-IN re­a­firmou o que fora adi­an­tado na vés­pera, no­me­a­da­mente quando o di­ri­gente Fer­nando Hen­ri­ques falou aos tra­ba­lha­dores con­cen­trados junto às che­gadas, no Ter­minal 1, ape­lando à par­ti­ci­pação no pro­testo de dia 19: «Não vamos per­mitir que o Go­verno se faça de morto».
O des­pe­di­mento co­lec­tivo de 256 tra­ba­lha­dores foi jus­ti­fi­cado pela ad­mi­nis­tração da Portway com a de­cisão da com­pa­nhia Rya­nair de passar a fazer a sua pró­pria as­sis­tência (self-han­dl­ling). Esta so­lução foi de­nun­ciada como frau­du­lenta, uma vez que a ope­ra­dora de voos de baixo custo re­corre à Groun­dlink, mas esta acaba por fazer todo o ser­viço, in­cluindo ta­refas para que não está li­cen­ciada. Ao Go­verno o Si­tava exige «que in­ter­venha no sen­tido de ter­minar ime­di­a­ta­mente a ope­ração ilegal e frau­du­lenta da Rya­nair com a Groun­dlink».
Vai ser também exi­gido, no dia 19, mais uma vez, que o Go­verno dê cum­pri­mento a uma re­co­men­dação apro­vada na As­sem­bleia da Re­pú­blica, anule o Des­pacho 14886-A e pare a li­be­ra­li­zação do han­dling (de­sig­na­da­mente, a pos­si­bi­li­dade de surgir um ter­ceiro ope­rador).
O Si­tava lembra ainda que «a ANA é hoje uma con­cessão pú­blica à mul­ti­na­ci­onal Vinci», dela fa­zendo parte a Portway, pelo que «ou o Go­verno exige à Vinci outra pos­tura ou, então, deve re­tirar-lhe a con­cessão».
Ao apelar a que os tra­ba­lha­dores «façam ouvir a sua voz junto da tu­tela», o sin­di­cato su­blinha que «o mo­mento é de luta e de uni­dade» e «todos temos a res­pon­sa­bi­li­dade de não per­mitir a des­truição deste sector, dos nossos postos de tra­balho e das nossas em­presas».
Com os tra­ba­lha­dores, no dia 4, es­teve Rita Rato, de­pu­tada do PCP.
 

Faro

No dia 5, o Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, que tinha es­tado na «marcha» em Lisboa, des­locou-se a Faro, para se juntar aos tra­ba­lha­dores da Portway, que re­a­li­zaram um ple­nário pú­blico no ae­ro­porto da ca­pital al­garvia. Ali, o des­pe­di­mento de­sen­ca­deado pela ope­ra­dora de han­dling da ANA/​Vinci atinge 54 pes­soas.
Ar­ménio Carlos re­cusou a jus­ti­fi­cação de sa­zo­na­li­dade e rei­terou a acu­sação de que esta li­qui­dação de postos de tra­balho visa ge­ne­ra­lizar os vín­culos pre­cá­rios e re­duzir di­reitos e re­mu­ne­ra­ções. In­sistiu que os ae­ro­portos «não podem ser an­tros de pre­ca­ri­e­dade».
Na con­cen­tração, a ma­ni­festar so­li­da­ri­e­dade aos tra­ba­lha­dores, com­pa­receu uma de­le­gação do PCP, com Vasco Car­doso, da Co­missão Po­lí­tica do CC, e An­tónio Men­donça, ve­re­ador na CM de Faro.

 



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